Capitulo 2

Tom estava observando aquilo que parecia um corpo. Já tinha visto muitos corpos de pessoas mortas antes, mais nada parecido com aquilo. Estavam aguardando a chegada dos peritos com aqueles apetrechos todos para tirarem fotos, impressões digitais e mais outras coisas que esses caros fazem quando acham um corpo.
Aquilo era muito estranho, o corpo parecia que havia sido “esvaziado”, estava totalmente em pele e osso literalmente, era até difícil identificar o corpo de tão “estranho” que estava aquele corpo. Estava acostumado a ver corpos mutilados, esmagados, sem parte da cabeça por tiros aplicados a queima-roupa, mais nunca tinha visto isto. Ficou observando por vários minutos tentando descobrir como um corpo podia ser “esvaziado”. Estava longe em seus pensamentos quando chegou o pessoal da perícia.
- E aí Tom, o que têm para nós?
- Ola George, parece que vocês irão ter muito trabalho hoje, - Tom apontou para a vitima.
- Nossa isso é muito esquisito, não acha?
- Se acho. Já viu algo parecido?
- Não. Parece que o cara foi sugado!
- É também a minha impressão. Estava aqui pensando como isso pode acontecer.
- É você tem razão. Vamos ter muito trabalho hoje, essa tarefa não me parece que vai ser muito fácil. Você vai querer ver alguma coisa?
- Sim George, gostaria de ficar informado de tudo o que conseguir, resultado da autopsia, impressões digitais e tudo o mais.
- Esta bem, vou te deixar informado. Vou te mandar umas copias das fotos também, OK?
- OK, obrigado.
- Agora me deixe trabalhar Tenente, vou pedir que a minha equipe entre para terminarmos logo com isto.
- Já estou indo George.
Tom agradeceu George e saiu de encontro ao seu carro parando antes na entrada para determinar a um policial que estava na entrada para não permitir a entrada de nenhuma pessoa estranha no local principalmente jornalistas. Não gostaria de ver fotos desse corpo nas paginas dos jornais, isso poderia causar preocupação principalmente se os jornais sensacionalistas aparecessem, aí sim teria um problema. Não gostava nem um pouco de repórteres, eles só atrapalhavam as investigações. Já havia brigado e discutido com vários deles. Não gostava deles e muito menos eles gostavam de Tom. Na primeira oportunidade que tinham, metiam o sarrafo no tenente, falavam mal dele, inventavam mentiras, falavam até de sua vida pessoal. Se um dia pudesse pegar um desses...... folgados, era assim que Tom via, um bando de folgados.
Entrou em seu velho Buike prateado e antes de sair acendeu um cigarro dando um longo trago jogando a fumaça para cima e ficou observando as várias formas que a fumaça de seu cigarro fazia. Isso parecia fazer com que ficasse mais relaxado e pensava melhor quando estava relaxado. Fumou todo seu cigarro antes de ligar o carro e partir para a delegacia. Aquela manhã não havia começado bem. Não era a primeira vez que era acordado cedo para atender um chamado. Mais ver um corpo naquele estado antes mesmo de tomar o seu café da manhã, era de deixar qualquer um sem apetite.



***

Samanta estava entretida em sua nova leitura. Aquilo era uma preciosidade. Sempre pesquisou coisas antigas, mais nunca em primeira mão. Aquilo na sua frente parecia algo novo, como se ninguém houvesse visto antes. Já tinha folhado o livro por várias vezes, como se tivesse esquecido de observar alguma coisa importante. Ainda não conseguia entender o significado das escrituras, precisaria pesquisar suas anotações para descobrir em que língua antiga foi escrita. Mais só o fato de olhar sabia que era algo diferente, tinha um aspecto diferente. Sem contar com as ilustrações do livro. Desenhos que lhe pareciam satânicos a primeira vista. Formas inumanas com chifres, e pés em forma de patas. Como eram descritos os seres diabólicos da antiguidade. Já tinha visto desenhos parecidos em suas pesquisas. Desde milhares de anos atrás, que a humanidade fala de deuses, diabos, seres em formas estranhas, em todas as crenças havia citações de seres diabólicos. Samanta estava tão absorvida em seu tesouro que nem percebeu as horas passarem. Levou um tremendo susto quando seu telefone tocou. Quase caiu da cadeira.
- Alô.
- Sam? É a Anne, esqueceu do nosso encontro? Já são quase quatro horas.
- Ó desculpe Anne estive tão entretida em uma pesquisa que nem percebi as horas passarem. Espere-me que já estou saindo.
- Pesquisa? O que está pesquisando? Espero que seja algum gato para um encontro.
- Pare com isso Anne, é apenas uma nova pesquisa universitária.
- Eu já sabia, você só pensa nisso. Preciso lhe ensinar algumas pesquisas no campo de homem. Você não sabe quanta coisa se tem para estudar!
- Anne!!! pare com isso, você só pensa nisso?
- E tem outra coisa para se pensar, sem ser em um homem gostoso?
- É claro que tem outras coisas para se pensar, você parece uma tarada. Fique onde está que já chego. Há, e outra coisa, não agarre ninguém enquanto isso.
- Esta bem, mais não demore. Você não sabe o que passa em minha cabeça quando fico sozinha.
- Eu sei. Fique calma. Até já.
- Até já Sam.

Samanta desligou o telefone e juntou toda a papelada que havia espalhado em sua mesa. Guardou tudo em sua bolsa, pois sabia que não iria resistir em tentar desvendar o mistério daquele livro ainda hoje. Havia se esquecido completamente do tempo. Sua amiga Anne era um pouco doida, mais muito legal. Sabia que podia contar com ela para qualquer coisa que precisasse, e nunca deixava de comparecer a um encontro com sua amiga, mesmo quando tinha algum outro compromisso. Tinham combinado que toda quinta-feira se encontrariam no bar do Joe, mesmo que se encontrassem no dia anterior, tinha sido como um pacto, toda quinta-feira encontro no bar para conversas e troca de idéias. Samanta gostava desses encontros, passava horas conversando com sua amiga. Anne era como se fosse a sua irmã, podia lhe confiar qualquer segredo, pois sabia que ela jamais contaria algo seu para qualquer pessoa. Seu único defeito é que ela não se contentava em ficar com um único homem. Não conseguia entender como ela podia trocar de parceiro tão rapidamente. Ela parecia insaciável. Mais era uma pessoa adorável e muito engraçada. Samanta gostava de estar com ela e, além disso, era sua melhor amiga.

Nenhum comentário: